Sunday, July 29, 2012
A educacção colona, os modelos académicos e filosóficos do Centro, foram e são os maiores entraves a uma "perspectiva africana de desenvolvimento", pois subalternizaram e coninuam, sistematicamente os ordeamentos culturais, estruturais e filosóficos do continente africano, com particular enfoque para a Àfrica negra. O epíteto "indígena" longe de ser um eufemismo refecte a "ostraização" a que são votadas as diferentes iniciativas originàrias do continente. A estratégia equipara a Àfrica a um leproso no concerto dos continentes culturas e desenvolvimento, a mercê da "bondade" dos outros continentes "saudàveis" e prósperos. Keep crying belved country wile the rest of the world sees no evil, ears no God...
Wednesday, April 11, 2012
Desenvolvimento. Qual Desenvolvimento?
(Subsídios para análise)
Um dos temas mais actuais em muitos círculos africanos: média, Sociedade Civil, académicos, escritores, Grupos de Interesse, Confissões Religiosas, políticos no poder, na oposição, rebeldes, actores de cinema, músicos e demais (enfim toda a gente fala sobre isso) é o Desenvolvimento, mas que desenvolvimento é este, como se pode definí-lo? Contrariamente ao que Marx e Engels analisaram e previram os países atrasados não foram arrebatados pela marcha do progresso. De facto, de acordo com David Landes[1].
“Duas gerações a mais de experiência colonialista foram suficientes para derrubar esse conceito simplório dos socialistas (e outros observadores). Os programas económicos das nações capitalistas visavam a promoção dos interesses domésticos. Poderiam também ajudar o desenvolvimento de suas colónias – na verdade, geralmente o fizeram – mas como um subproduto e, de qualquer modo, era sempre uma espécie de desenvolvimento bem diferente do que aquele que se dava na nação-mãe”.
Com o colapso do sistema colonial as ex-colónias continuaram na sua condição de subproduto com um “desenvolvimento” condicionado às necessidades dos estados mais desenvolvidos.
Outros pensadores aglutinados na corrente da Economia de Desenvolvimento consideram que ninguém tem condições de esperar enquanto as forças naturais de mercado produzem seus efeitos benéficos, com a agravante de produzirem efeitos colaterais como a especialização das economias, vantajosas mas desequilibradas e vulneráveis à oscilação de preços e a factores político-sociais, como por exemplo os países exportadores de um ou dois bens básicos (República de Bananas, cacau ou café incluindo petróleo).
Nesta perspectiva, os modelos económicos de desenvolvimento devem ser repensados. Quando se fala de desenvolvimento no continente africano do que se fala exactamente? Da Nigéria com uma produção de milhões de barris de petróleo diários, um pib per capita elevadíssimo, mas com um índice de desenvolvimento humano baixo? De países como Zâmbia, Moçambique onde os programas de reajustamento estrutural recomendados pelo FMI e Banco Mundial provocaram descalabro nas suas fracas e afectadas economias? E sorrateiramente saíram deixando os governos locais a braços com as nefastas consequências das suas políticas erradas paridas por uma estirpe, bastante nociva, de consultores que mal identificavam os países, para quem construíam os modelos, no mapa?
O fracasso de muitos programas (ambiciosos) de desenvolvimento em grande parte do Terceiro Mundo leva à procura de explicações, onde de acordo com o paradigma “o crescimento é um fenómeno natural e a estagnação consequência da interferência de forças não económicas e da exploração”.
Alguns economistas, incluindo africanos, são famosos por apontar os erros da avaliação e desempenho e a corrupção dos planeadores dos governos e administradores, os mais radicais disparam no sentido da cobiça capitalista e das trocas desiguais.
É inegável que o colonialismo formal acabou, mas os laços económicos desiguais e a dominação sobreviveram ao fim da dependência política. Ultimamente floresce a ideia forte, principalmente vinda da América Latina do novo estágio do colonialismo (combatendo ferozmente a OMC, GATT etc.), com conceitos como: dependência, comércio desigual, enquanto que em África vinga a corrente da incapacidade política em todas as formas.
De uma ou de outra forma, estamos reféns de ideias ou correntes de fora, que analisam, estudam, concluem e criam modelos sobre a nossa produção, nosso peixe, nosso minério, nossas bananas e nosso algodão, os nossos filhos, as nossas mulheres, os nossos governos, a nossa oposição, as nossas manifestações culturais, os nossos hábitos
Neste contexto, como poderão, (ou se será possível através da) os media africanos (e não só) desenvolver um pensamento, positivista, favorável ao desenvolvimento económico, como a que se assiste em países como as Maurícias, a África do Sul, a Tunísia, com mais-valia para os problemas e desafios económicos do continente. A ideia principal é que apesar de atrasado, o continente não está condenado a ficar pobre para sempre, pois esta perspectiva de caso difícil leva a decisões políticas e económicas erradas de parte a parte, dos países doadores e dos próprios naturais e floresce a perspectiva de caos e caso perdido.
Wednesday, February 22, 2012
A Era da Besta
“Quando dois Elefantes lutam, quem sofre é o capim.”
Provérbio africano
Curiosamente, quando os paquidermes descansam o capim sofre à mesma. Vem este artigo a propósito da Mocímboa da Praia, terra bonita onde há boas e más pessoas, como as há nos quatro cantos do mundo. É esquisito, no mínimo estranho que depois de um passado recente de uma guerra fratricida ainda pairem no ar sinais desse passado tenebroso.
Não percebo, acredito que muitas outras pessoas também não, que numa altura que o discurso político deveria se caracterizar pela tolerância das partes e esta produzisse melhores resultados que as mortes de inocentes (como sempre, os culpados, esses morrem de velhice) continuemos a assistir a espectáculos dantescos e desoladores.
São raras, raríssimas mesmo, as vezes que a confrontação política se centra em questões de desenvolvimento, combate à pobreza, isto é sobre assuntos que interessam a todos, quantas escolas, estradas e pontes devem ser construídas, soluções para a falta de emprego, propostas para a plêiade de problemas que o país atravessa e necessita da participação de todos.
São igualmente raras, as vezes que os políticos aparecem a falar de desenvolvimento. Sempre que aparecem, ou fazem-se ouvir é para atirar pedras e distribuir acusações e apontar o dedo para a mesma direcção. Raras são as vezes que ajudam o “seu povo” a solucionar o seu problema, aliás na maior parte dos casos são o problema e não a solução.
O debate político em Moçambique esta cheio de mensagens com duplo sentido, perigosas, golpes sujos e cartas na manga. Em diferentes partes do país, há potenciais focos de instabilidade e intranquilidade, gente armada aqui, acolá, governos sombra que crescem como cogumelos venenosos por sinal. Este clima político e os acontecimentos recentes na Mocímboa da Praia lembram-me La Fontaine: anda por aí um lobo com pele de cordeiro.
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